quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Espera.

Eu estou sempre a espera de algo. Algumas vezes esperando uma pessoa, outras vezes um acontecimento, ou uma reação, uma atitude. Muitas vezes me vejo perdido no mundo, sem rumo. Depois que essas coisas tão ansiosamente esperadas passam, me sinto invadido por um vazio enorme. É como se eu necessitasse dessas pequenas esperas para viver. São o meu combustível. A sensação que tenho é que eu estou apenas vendo a vida passar, um mero espectador. Vendo um filme onde eu sou o ator principal, mas todas as cenas foram feitas por um dublê. Esse tal dublê cativa os espectadores como ninguém. Eu apenas assisto a reação das pessoas diante da sua excelente atuação. E são poucos os que me notam na platéia. Realmente, são poucos. Contados apenas nos dedos de uma mão, talvez menos ainda. Me faltam forças para enfrentar. Ou a palavra certa seria atitude? Me sobra preguiça, comodismo, medo. Me falta impulso. Me falta o tal "se jogar de cabeça". Mas espero ansiosamente o momento em que vou estrear o meu filme, com minha própria direção, minha própria maquiagem, minha própria trilha sonora. Aguardo a hora em que não vou precisar decorar os meus textos, farei tudo de improviso. Apenas aguardo. Aguardo enquanto todos vêem o mocinho da história se dar mal. Mas talvez o mal não seja assim tão mal para ele. Quem sabe ele não tenha mudado de lado? É, ele é um personagem redondo. Muda durante a história. Deixa de ser o robô, o bobo-da-corte e o fantoche para assumir o lugar que realmente merece. O filme já está bem avançado e muitos aguardam o final feliz. Talvez ele nunca ocorra. Talvez o final seja apenas o início da segunda parte. Ouviremos aplausos após a sessão, ou será que veremos rostos tristes, desapontados com o destino do pobre mocinho? Mais uma vez, só resta esperar...

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